domingo, 2 de agosto de 2015

Relação entre câncer de fígado e estômago com Hepatites B, C e H.Pylori



Estimativa realizada pelo A.C.Camargo Cancer Center aponta que 70% dos tumores de estômago são associados à presença da bactéria H.Pylori. O mesmo percentual é atribuído às Hepatites B e C em relação ao hepatocarcinoma, tipo mais comum de câncer no fígado. Além destas infecções virais, os demais fatores de risco determinantes para a incidência destes tumores e também de pâncreas e esôfago são o etilismo, tabagismo, doença do refluxo, obesidade, pancreatite crônica, diabetes e consumo em excesso de sal e carnes defumadas. 

Câncer de estômago
Segundo Felipe Coimbra, em alguns casos os pacientes podem se queixar de dificuldade de deglutição e refluxo ácido. Além disso, em estágios mais avançados podem ocorrer perda de peso importante, vômitos e aumento do volume do abdômen pela presença de líquido em seu interior (ascite). O principal fator de risco para este câncer é a infecção pelo H. pylori, bactéria presente em água e alimentos contaminados e que acomete metade da população mundial e que em cerca de 5% dos casos leva a um processo inflamatório crônico do estômago que pode evoluir para neoplasia gástrica.
O alto consumo de sal, de alimentos com conservantes e defumados e a pouca ingestão de frutas e verduras também são fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do tumor de estômago. Outros fatores que podem ser destacados incluem o tabagismo, história familiar de câncer gástrico e cirurgia prévia do estômago. Também pertencem ao grupo de risco famílias oriundas de países com alta incidência de câncer de estômago como Japão, China e Coréia do Sul.

Câncer de fígado

O diagnóstico deste tumor é feito pela associação de exames de imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear Magnética) e laboratoriais (dosagem de Alfafeto-proteína - uma substância produzida pela maior parte destes tumores). Eventualmente, uma biópsia de lesões suspeitas pode ser necessária. O PET-CT tem se demonstrado útil no estadiamento e decisão terapêutica em casos selecionados. 
Geralmente a doença é pouco sintomática nas fases iniciais e quando os principais sintomas aparecem, já indicam doença em fase não inicial, incluindo a perda de peso, o aumento do volume abdominal (acúmulo de líquido dentro do abdômen - ascite) e a icterícia (coloração amarelada dos olhos e da pele pelo acúmulo de bilirrubina no organismo). Quadros de Hepatite B ou C precisam ser tratados por um especialista, pois podem gerar cirrose ou levar ao desenvolvimento de hepatocarcinoma, o tipo mais comum de câncer de fígado.
Estima-se que anualmente sejam diagnosticados mais de 20 mil novos casos de câncer de estômago no Brasil. Trata-se da segunda maior causa de morte por câncer no mundo de acordo com o Globocan 2012, muito disso devido ao diagnóstico tardio. No Brasil, o INCA estima que mais de 8 mil mortes são em decorrência desta doença. A negligência dos fatores de risco e dos sintomas iniciais leva ao alto índice de diagnóstico tardio hoje no país. Menos de 20% dos tumores de estômago são diagnosticados precocemente. "Os sintomas iniciais são bastante inespecíficos, podendo ser confundidos com outras doenças como gastrite, por exemplo. Com isso, os pacientes demoram a buscar um especialista e realizar o exame de endoscopia digestiva", destaca o diretor de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo, Felipe José Fernàndez Coimbra.

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