segunda-feira, 1 de junho de 2015

Manejo da dor oncológica

Dor oncológica foi tema de apresentação na última reunião, boa leitura!
A dor oncológica acomete 60 a 80 % dos pacientes com câncer, sendo 25 a 30% na ocasião do diagnóstico e 70 a 90% com doença avançada. Estes dados levaram a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar, em 1986, a dor associada ao câncer uma Emergência Medica Mundial. Além disso, publicou protocolo que serve até os dias atuais como guia para controle da dor oncológica.
O controle efetivo da dor oncológica em cuidados paliativos exige uma equipe multidisciplinar, onde a utilização de medicação oral de acordo com a Escada Analgésica proposta pela OMS pode proporcionar alivio da dor em 90% dos pacientes, reservando a utilização de tratamentos intervencionistas para situações especiais.


Escada analgésica da OMS
Degrau 1: Para pacientes que não estão sob tratamento analgésico e com dor leve a moderada. Inicia-se com drogas analgésicas e anti-inflamatórias. A baixa potencia associada a efeitos colaterais limitam sua eficácia.
Degrau 2: Para pacientes com dor moderada a despeito do uso de AINE deve ser adicionado ao tratamento, opióides fracos como tramadol e codeína. Alguns autores preconizam o uso precoce do degrau 2 para pacientes com dor moderada e sem tratamento prévio.
Degrau 3: Deve ser reservado para os pacientes que não obtiveram controle da dor com opióides fracos e AINE. Nesse degrau substituímos os opióides fracos por opioides fortes, como morfina, metadona, oxicodona e fentanil. E importante lembrar que não existe limite de dosagem para os opióides fortes, e a dose considerada máxima e aquela que consegue o melhor equilíbrio entre analgesia e efeitos colaterais.

O sucesso da terapia da dor no paciente com câncer baseia-se principalmente no diagnóstico do mecanismo da dor (inflamatório, neuropático, isquêmico, compressivo) e consequentemente do diagnóstico da síndrome dolorosa preponderante.
Para um eficiente controle da dor oncológica é necessário que uma equipe multidisciplinar de saúde com oncologistas, clínicos da dor, cirurgiões, psiquiatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros tenham familiaridade com uma gama de opções terapêuticas tais como terapias antineoplásicas, medicamentos, técnicas anestésicas, procedimentos cirúrgicos, procedimentos intervencionistas, técnicas psicológicas e técnicas de reabilitação.



Cerca de 10% dos pacientes podem se beneficiar com tratamentos intervencionistas que incluem: analgesia espinhal, vertebroplastias, bloqueio de nervos e plexos e procedimentos neurocirúrgicos como parte de um tratamento multimodal para controle da dor. Quando o paciente não tem sua dor controlada com medicação oral, opioide epidural ou subdural acompanhado de pequenas doses de anestésico pode promover alivio da dor com relativamente poucos efeitos colaterais.
Dentre os métodos intervencionistas, destacamos a cordotomia (a céu aberto ou percutânea), a solitariotomia combinada e o implante de bombas de infusão.
Todos os médicos devem estar familiarizados com o uso de analgésicos. A prescrição de opióides não deve ser feita porque o paciente esta com doença fatal, mas de acordo com a intensidade da dor. O medico nem sempre pode curar, mas tem a responsabilidade de cuidar de seus pacientes até o fim.

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