O
câncer pancreático é conhecido pela letalidade alta e por ser capaz de
contra-atacar as iniciativas terapêuticas mais usuais tendo assim
difícil tratamento. As células desse tumor são protegidas por uma
fortaleza de tecidos, tornando mais difícil a ação dos medicamentos. Na
busca por alternativas capazes de prolongar a vida dos pacientes, um
time de pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel
Hill, nos Estados Unidos, desenvolveu um dispositivo que injeta drogas
no tumor pouco vascularizado.
Os equipamentos usam campos elétricos
para dirigir drogas quimioterápicas diretamente ao tecido doente,
impedindo o crescimento dele e, em alguns casos, encolhendo-o. A
estratégia representa uma abordagem nova de tratamento para o cancro de
pâncreas, que tem uma taxa de mortalidade de 75% dentro de um ano de
diagnóstico — estatística que se mantém há mais de 40 anos. “A cirurgia
para remover um tumor fornece atualmente a melhor chance de cura do
câncer de pâncreas”, afirma William Kenan, professor de engenharia
química da Universidade Estadual de North Carolina.
Segundo Heber Salvador, cirurgião
oncologista, o tumor é muito pouco sintomático na fase inicial; cerca de
80% dos pacientes são diagnosticados em etapas avançadas, quando o
adenocarcinoma (tipo de tumor pancreático) já se desenvolveu muito no
órgão. Nesse cenário, a doença atinge vasos sanguíneos importantes que
estão em volta do órgão ou mesmo mandou células cancerígenas para o
fígado, local para o qual o tumor tende a se disseminar.
“O primeiro ponto para a dificuldade de
tratamento é esse diagnóstico tardio. Não há um método de rastreamento,
não há um exame que você faz rotineiramente. A maior parte dos pacientes
encontra por acaso (a doença), fazendo outro tipo de exame ou por causa
dos sintomas que surgem numa fase mais avançada”, detalha Salvador.
Icterícia
Um dos principais sintomas é a
icterícia. Isso porque, quando o tumor está na ponta do pâncreas, tampa o
canal por onde passa a bile, e a pessoa fica um pouco amarelada por
causa do acúmulo da substância no organismo. “Por esse motivo, vai ao
médico e encontra o tumor. É um dos primeiros sintomas percebidos”.
Outros indícios são dor e aumento
abdominal (devido ao acúmulo de líquido), que representam um estágio
ainda mais avançado da doença. “A forma como se origina o câncer de
pâncreas também contribui para a dificuldade de tratamento. Ele é o tipo
que mais tem mutações genéticas na fase inicial. Para ser formado, uma
série de alterações ocorrem,tornando-o mais resistente aos tratamentos
que temos disponíveis”, explica Salvador.
Fonte: www.diariodepernambuco.com.br
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